Nacionalização e tropicalização de projetos, você sabe o que é?

É preciso uma adaptação da empresa na chegada a um novo território? Ou dá certo simplesmente desenvolver o mesmo projeto arquitetônico corporativo da matriz, sem mudanças?

O papel da arquitetura quando empresas multinacionais aterrissam em nosso país é muito importante. Em tempos de forte globalização e com muitas organizações internacionais que decidiram apostar no Brasil, trazendo unidades para cá, é preciso conhecer o papel de arquitetura corporativa nessa chegada da companhia em um novo país, e como os arquitetos podem ajudar a marca nesse caminho.

 

A arquitetura é essencial no processo Nacionalização e Tropicalização de Projetos

 

Nacionalização e Tropicalização de Projetos | Casa 3 Escritório de ArquiteturaProjeto de Arquitetura Corporativa | Casa3 Arquitetura

Quando uma empresa internacional decide entrar em um novo país, com uma nova unidade de negócios, há uma série de questões que precisam ser analisadas, que vão de análises financeiras às estratégias de marketing. E a arquitetura também tem um grande papel nesse processo. Um projeto arquitetônico que serve com sucesso um escritório em um país com clima mais frio pode não ser tão bom em um país tropical como o Brasil.

Ou um escritório com a arquitetura planejada para um trabalho mais colaborativo entre equipes, que propicia uma grande facilidade de comunicação (como os open spaces, por exemplo) pode não ser a melhor alternativa arquitetônica em um país que ainda não esteja no mesmo grau de maturidade culturalmente. O projeto arquitetônico corporativo das filiais de uma empresa multinacional precisa manter a identidade da empresa, ao mesmo tempo em que precisa estar adaptado à cultura local.

Outra questão sobre a utilização de projetos importados é a adequação às normas brasileiras (ABNT). Normas especificas sobre prevenção e combate a incêndio, condicionamento de ar e exaustão, iluminação, acessibilidade, dentre outras, precisam ser contempladas nos projetos de arquitetura e complementares para a sua aprovação junto aos órgãos públicos competentes. Estas premissas adotadas em um projeto de arquitetura estão associadas a segurança, conforto ambiental e livre acesso a todos os usuários do prédio e da empresa, garantindo assim o uso sustentável dos espaços. Também por conta disto, a nacionalização e tropicalização de projetos importados deve ser demandada sempre que a empresa multinacional exigir a utilização do mesmo conceito de projeto de seu headquarter.

 

Nacionalização e Tropicalização de Projetos, por Casa 3 ArquiteturaProjeto de Arquitetura Corporativa | Casa3 Arquitetura

Grandes empresas de tecnologia ficaram famosas pelos projetos arquitetônicos de seus escritórios ao redor do mundo, como os projetos de arquitetura dos escritórios do Google que enfatizam as cores e elementos dos países locais sem perder a essência da marca. Essas adaptações dos projetos de arquitetura corporativos, que consideram fatores locais, agradam os colaboradores, que ficam ainda mais satisfeitos em trabalhar em um ambiente que valoriza os valores e tradições de seus funcionários.

O projeto arquitetônico na área corporativa tem como uma de suas finalidades espelhar no espaço ocupado a cultura e a imagem da empresa. Empresas multinacionais do norte da Europa, por exemplo, tendem a solicitar espaços mais democráticos, com ocupação open space onde a hierarquia organizacional muitas vezes passa desapercebida. Já empresas sob a gestão de latinos americanos solicitam salas dedicadas para sua diretoria e presidência, solicitando por vezes também salas para gerentes.

Exemplo de Nacionalização e Tropicalização de Projetos - Escritório Google no JapãoEscritório do Google no Japão

Exemplo de Tropicalização de Projetos - Escritório do Google em LondresEscritório do Google em Londres

Projetos corporativos de arquitetura tem enorme influência no desempenho do trabalho dos colaboradores de uma organização. Por isso é fundamental que esses projetos estejam em sintonia com cada local onde a empresa aterrissar.

Clima, umidade do ar, ventos dominantes são elementos naturais que bem aproveitados em um projeto podem ser aliados do conforto ambiental, entretanto, se não observados transformarão o prédio em um perverso consumidor de energia. A utilização da carta solar no momento da concepção de um projeto de arquitetura ajuda na optimização dos ganhos solares ao longo de todo o ano e na ajuda para a implantação de elementos para a proteção de fachadas desfavorecidas em função da orientação imposta pelos lotes urbanos.

O resgate do uso da Arquitetura para minimizar os impactos ambientais causados na construção e utilização de um prédio se faz cada vez mais necessário. A ilusão de que apenas soluções tecnológicas dissociadas de um bom projeto arquitetônico resolverão os problemas causados pelo impacto de uma edificação ao meio ambiente não mais existem.

Nos projetos de interiores para arquitetura corporativa a implantação de soluções, como nas áreas de janelas, que possam mitigar a entrada de raios solares, contribuirá diretamente para o bem estar e a produtividade dos funcionários da empresa. Quando soluções atenuantes como brises-soleil, venezianas e telas termo-screen externas, por exemplo, não foram utilizadas no projeto de arquitetura da edificação para a proteção das fachadas e a atenuação da incidência de raios infra vermelhos nos ambientes, soluções técnicas e criativas devem estar contidas no projeto de arquitetura de interiores.

Películas de alta eficiência energética aplicadas nos vidros das fachadas, telas termo-screen internas com fator de abertura apropriado para a proteção solar, instaladas de forma a que o calor emitido pelos vidros e o transmitido pelo ar possam ser encaminhados ao sistema de ar condicionado antes de atingir ao ambiente, são soluções encontradas em um projeto de arquitetura eficiente.

Um projeto de arquitetura sustentável demanda um vasto conhecimento técnico para a apresentação de soluções compatíveis com as necessidades do usuário e a mitigação dos impactos no meio ambiente.